sexta-feira, 6 de maio de 2011

Homenagem antiga a quem merece homenagem todos os dias


No dia das crianças, minha mãe foi minha inspiração pois por diversas vezes, ela foi minha companheira de brincadeiras, já que eu era a caçula da família. Então, nesta semana, tomo a liberdade de postar novamente o texto em questão e homenagear uma das mulheres mais importantes da minha vida, além da minha irmã, filha, cunhada e amigas, claro!

No dia 12 de outubro, encontrei na internet vários avatars do twitter com fotos de quando seus donos eram crianças e artigos referindo-se a importância de ter uma infância feliz e não perder a naturalidade quando adultos. Depois de ler várias coisas, eu parei para pensar que não é muito fácil manter a mesma intensidade, pureza e beleza da infância.
Os problemas e as desilusões que passamos ao longo dos anos com certeza endureceram um pouco nossos corações e nos tornaram pessoas não tão leves quando nos primeiros anos de vida. A maldade já toma conta de parte dos nossos corações, porque nos deparamos com ela a cada esquina. Nos estranhos que não respeitam os próximos, principalmente os idosos e as crianças (ou o dinheiro público), nos amigos que mentem e fingem (e obviamente deixam de ser amigos), no amor que trai nossa confiança, naquele familiar que já não ama mais você com o mesmo coração aberto porque não concorda com boa parte das decisões que você tomou na vida, enfim, os exemplos podem variar, mas com certeza, criamos uma casca para nos proteger de novos fatos desagradáveis.
Porém, ao analisar qual o melhor caminho a seguir depois de alguns tombos para tentar resgatar a criança interior, neste dia 12 de outubro, que também é Dia de Nossa Senhora Aparecida, a mãe de Jesus Cristo, a imagem mais jovial que vem a minha mente, a melhor representação do quanto, mesmo depois de algumas porradas, nós ainda podemos ser alegres e leves, é a da minha mãe.
Uma doméstica que sofreu com a fome na infância, com a repressão na adolescência, com o ciúme e a falta de carinho do primeiro marido, teve cinco filhos seus, e ainda assumiu um novo relacionamento (mais um desafio para dizer a verdade) com um homem rude, que tinha outros três filhos (eu era a mais nova, com menos de 2 anos), teve um filho, o pai, a mãe e irmãos levados pela morte, foi traída, teve decepções e ainda sim mantém sempre um sorriso no rosto e os braços abertos para novas pessoas, é simplesmente exemplar.
Quem a conhece, mesmo não sabendo de toda sua trajetória, fica encantado, porque ela nunca está de mau humor, tem sempre alguma novidade, é cheia de energia e vontade de viver experiências, conhecer novos lugares (aliás, o sarro da família é porque ela não precisa de convite para encarar uma nova viagem) e pessoas. Engraçado que no Dia das Crianças minha filha deixa de ser a inspiração para eu tentar me tornar uma pessoa melhor, mais leve e menos arrogante; e minha mãe assume a representação da curiosidade, leveza, generosidade, paciência, amor, e principalmente, o perdão, que preciso reativar em minha personalidade. Quem a conhece, sabe bem o que estou dizendo e com certeza concordará

Um comentário:

  1. Não tinha lido este ainda!
    Legal esta homenagem, por meio do dia das crianças, para a mãe.

    Como essas mulheres sofreram não?
    Ainda bem que a cada época que passa isso acaba! Espero estar cada vez mais longe o tempo em que felicidade de mulher dependia de homem.

    Aqueles versos (que não me lembro exatamente como são) mandam muito bem ao afirmar que mães oferecem rosas aos filhos, guardando para si os espinhos.

    Mãe é tudo na vida, até mesmo para aqueles (como eu) que não puderam crescer com a presença dela, mas não deixam de reconhecer sua importância. Acredito que mãe e mulher são seres incrivelmente e inegavelmente superiores aos homens (e pais, talvez). É uma classificação que foge a qualquer classificação. Um sentimento que transcende...é chover no molhado!

    Beijoooo!

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