quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pessoas extraordinárias

Como alguém que você não conhece, que também não te conhece, simplesmente consegue tocar tão fundo em seu coração e sua alma ao escrever um poema, um livro ou criar uma música? Só tenho uma resposta (até que bem óbvia) para essa pergunta: são seres iluminados, com uma sensibilidade além do normal (ou dos seres normais como nós) que conseguem entender e expressar em palavras e melodias os sentimentos humanos, sejam os bons ou ruins.
Amor, raiva, dor, saudade, inveja, egoísmo, são tantos os sentimentos humanos que só uma cabeça privilegiada consegue colocar no papel uma frase ou acorde que nos toque de forma especial. Assim é com algumas pessoas famosas que eu admiro como Chico Buarque de Holanda, Oswaldo Montenegro, Ana Carolina, Paulo Coelho, Zibia Gasparetto, Clarice Linspectos, enfim, são tantos.
Mas o que mais me encanta com o passar dos anos é que um simples desconhecido, por motivos diversos - afinidade pessoal, local de trabalho, classe na faculdade, pós-graduação ou outra qualquer - passe a fazer parte do seu dia a dia, mas depois de algum tempo, a convivência e sua genialidade genuína, se torne tão importante e imprescindível a ponto de conseguir mudar sua personalidade ou seu hábito.
Nesses 34 anos em que estou nesta vida, encontrei algumas pessoas assim, além dos meus pais e irmãos, que sempre me surpreendem com suas atitudes e frases inusitadas, tem os amores e os amigos que escolhi para viver algumas experiências na terra, sem esquecer minha filha, com quem aprendo cada coisa... Na escola, no trabalho, na faculdade, alguém que circula no meu círculo familiar, mas não tem vínculo sanguíneo, são tantas pessoas que já marcaram minha vida e que ainda hoje quando menciono o nome me soam como tão importantes, que nem dá para enumerar.
Com o avançar da idade, tenho me tornado mais emotiva e tão aberta quanto aos meus sentimentos que costumo deixar claro para os que estão perto quão importantes são em minha vida e meu coração, mas aos que já não vejo com freqüência, nem sempre isso é possível. Muitos nem sabem que foram importantes, mas deveriam saber. Então sem nomear, sem lista, sem nada, gostaria de agradecer hoje a todos que me ajudaram a escrever minha história, que ainda fazem parte dela e que ainda virão. Saibam que mesmo sem escrever uma poesia, música ou livro, criar uma invenção revolucionária ou coisa marcante para o universo, vocês são extraordinários. Tenham sempre certeza disso.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Como voltar a ser criança?


Como voltar a ser criança?

Neste dia 12 de outubro, depois de deixar toda minha família num feriado de sol, pós-festa de aniversário de um dos meus irmãos, e ter que voltar ao trabalho, encontrei na internet vários avatars do twitter com fotos de quando seus donos eram crianças e artigos referindo-se a importância de ter uma infância feliz e não perder a naturalidade quando adultos. Depois de ler várias coisas, eu parei para pensar que não é muito fácil manter a mesma intensidade, pureza e beleza da infância.
Os problemas e as desilusões que passamos ao longo dos anos com certeza endureceram um pouco nossos corações e nos tornaram pessoas não tão leves quando nos primeiros anos de vida. A maldade já toma conta de parte dos nossos corações, porque nos deparamos com ela a cada esquina. Nos estranhos que não respeitam os próximos, principalmente os idosos e as crianças (ou o dinheiro público), nos amigos que mentem e fingem (e obviamente deixam de ser amigos), no amor que trai nossa confiança, naquele familiar que já não ama mais você com o mesmo coração aberto porque não concorda com boa parte das decisões que você tomou na vida, enfim, os exemplos podem variar, mas com certeza, criamos uma casca para nos proteger de novos fatos desagradáveis.
Porém, ao analisar qual o melhor caminho a seguir depois de alguns tombos para tentar resgatar a criança interior, neste dia 12 de outubro, que também é Dia de Nossa Senhora Aparecida, a mãe de Jesus Cristo, a imagem mais jovial que vem a minha mente, a melhor representação do quanto, mesmo depois de algumas porradas, nós ainda podemos ser alegres e leves, é a da minha mãe.
Uma doméstica que sofreu com a fome na infância, com a repressão na adolescência, com o ciúme e a falta de carinho do primeiro marido, teve cinco filhos seus, e ainda assumiu um novo relacionamento (mais um desafio para dizer a verdade) com um homem rude, que tinha outros três filhos (eu era a mais nova, com menos de 2 anos), teve um filho, o pai, a mãe e irmãos levados pela morte, foi traída, teve decepções e ainda sim mantém sempre um sorriso no rosto e os braços abertos para novas pessoas, é simplesmente exemplar.
Quem a conhece, mesmo não sabendo de toda sua trajetória, fica encantado, porque ela nunca está de mau humor, tem sempre alguma novidade, é cheia de energia e vontade de viver experiências, conhecer novos lugares (aliás, o sarro da família é porque ela não precisa de convite para encarar uma nova viagem) e pessoas. Engraçado que no Dia das Crianças minha filha deixa de ser a inspiração para eu tentar me tornar uma pessoa melhor, mais leve e menos arrogante; e minha mãe assume a representação da curiosidade, leveza, generosidade, paciência, amor, e principalmente, o perdão, que preciso reativar em minha personalidade. Quem a conhece, sabe bem o que estou dizendo e com certeza concordará.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Inimigo existe?

Inimigo existe?

A palavra “inimigo” sempre foi como um monstro para mim. Otimista de carteirinha, sempre evitei palavras como azar, inimigo, entre outras de conotação ruim, isso porque ao longo dos anos nunca achei que tinha realmente alguém que perdesse seu tempo em tentar me prejudicar.
Nunca tentei, nem quis, agradar a gregos e troianos e sabia não era assim, até porque não tenho uma personalidade submissa, gosto de um bom embate ideológico e não tenho, literalmente, papas na língua, mas daí a pensar que alguém pare de viver, que seja por alguns minutos, para perder tempo tentando prejudicar alguém já era demais para mim. Então eu seguia tranqüila, sem dar audiência para as desavenças do passado, mas tem gente que não cansa.
Porém, seguindo minha filosofia de (com o perdão do termo) cagar e andar para quem não gosta de mim, o intuito não é falar do inimigo, mas sim das estratégias para não se abater. Desde criança sempre fui muito ativa, tinha mil ideias na cabeça e não parava um minuto, até quando via desenho arrumava algo para fazer ao mesmo tempo. Na adolescência a ânsia de ganhar liberdade para fazer o que eu queria também era grande, e, apesar das rédeas curtas de um pai bastante severo, acho que tive as minhas aventuras juvenis.
Agora na idade adulta, o ritmo continua o mesmo, é como se eu fosse encaixando tarefas no meu dia a dia (na maioria das vezes coisas saudáveis ta gente) para conseguir gastar toda a energia armazenada. Agora, por exemplo, além de ser jornalista em horário comercial, sou mãe e namorada em tempo integral e resolvi voltar a estudar, estou fazendo pós-graduação. Embora as 24 horas do meu dia nem sempre sejam suficientes para eu ser uma mãe atenciosa, namorada amorosa, jornalista exemplar e estudante dedicada, adoro a correria da minha vida e sou feliz assim. Tenho uma família maravilhosa, um namorado compreensivo e bonitão, uma filha saudável e inteligente e um salário... bom... o que dizer... ah, poderia ser melhor.
E é justamente esse conjunto que talvez incomode tanto os tais inimigos que não tem objetivos próprios e ficam se agarrando em projetos alheios de tempos em tempos, sem realmente se dedicar ao que interessa, que é seu próprio crescimento profissional, espiritual e familiar.
Não sou perfeita e nem quero – é muita responsabilidade para carregar no futuro e um preço muito grande para saldar com o passado – mas gostaria que refletissem sobre a importância de não manter o foco no que é ruim, sejam pessoas ou fatos, e seguir em frente, com a cabeça cheia de sonhos e com o pé no chão, dando um passo de cada vez. Agindo assim, por mais que os inimigos tentem te abater, acabarão exaustos e não atingirão seus objetivos. Enquanto isso, você segue feliz da vida, só somando coisas boas. Enfim, como dizem os super heróis dos desenhos: "Para frente e avante!" Até mais!