quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Não dá para parar de escrever

Nossa, fiquei mais de três meses sem postar um texto neste espaço! Nos últimos dias pensei muito sobre a real importância de escrever num blog (aliás, esse é meu segundo, o primeiro Buscar a Vida tinha que ser muito profundo, então desisti). Muitos amigos jornalistas dizem que é perda de tempo, que mal conseguem administrar suas redes sociais; outros defendem a prática com fervor, são organizados a ponto de atualizarem seus blogs semanalmente, sempre no mesmo dia. Mas eu, não!
Nunca fui muito organizada para nada que não fosse meu trabalho e estudos, imagina então para escrever, porém, quando me vejo diante de uma tela, não consigo conter, é incontrolável, as palavras surgem, se juntam em ideias, dando-lhes formas e desenhos, formam frases e textos (alguns até bem longos). Muitas vezes tem sentido somente para aqueles que fazem parte do meu cotidiano, às vezes inspira gente desconhecida que vaga na net e encontra reflexões que lhe tocam o coração e a alma.
Desde pequena sempre gostei de ler e escrever – até tentei escrever um livro sobre meus sonhos quando adolescente, mas desisti, achei desconexo, será que era por que referia-se ao abstrato? E logo no início da minha alfabetização encontrei pessoas que me incentivaram, aliás, e muito. Minha mãe recusou-se a me deixar mais um ano na pré-escola (na época só entrava na primeira série com 7 anos completo). Dizia que se era para eu continuar mais um ano desenhando bolinhas e pauzinhos, melhor ser alfabetizada em casa. Imaginem uma faxineira/dona de casa, com sonho de ser professora, que não conseguiu estudar mais do que o primário, tendo em mãos uma criança curiosa e uma cartilha Caminho Feliz? Essa era minha mãe, que, aliás, tomou a decisão mais sábia e importante da minha vida. Ou seja, quando entrei na primeira série, aos 7 anos e meio, já sabia ler e escrever. Foi o máximo!
Duro foi agüentar as professoras do primário tentando me fazer entender que precisava escrever as letras com perninhas, barriguinhas e todas aquelas voltinhas que aprendíamos antigamente! Eu sabia escrever e todos conseguiam entender o que eu escrevia, então por que tinha que seguir os modelos das cartilhas? Minha letra já tinha personalidade, eu dizia. Engraçado, é que até hoje escrevo desta forma, nada de letra redondinha.
Assim segui toda minha vida, com diários, cadernos de perguntas, de poesias, até escrevi letras de músicas infanto-juvenis. Enfim, como não poderia deixar de ser, me tornei jornalista e estou há dez anos no mercado, escrevendo todos os dias, sobre tudo e mais um pouco e me adequando as mudanças da profissão. Diariamente, milhões de coisas passam pela minha cabeça, algumas vão para as páginas do word, outras para a internet, mas com certeza, não posso parar de escrever. Só não sei como ainda pude me questionar se ainda deveria ou não continuar alimentando este blog? Enfim, enquanto existir a dúvida, existirá o aperfeiçoamento do ser humano certo? Ah, sei lá! Espero que continuem gostando.

2 comentários:

  1. Carmem! Não tinha visto este blog. Estava acompanhando o anterior, o teu primeiro.

    Que legal este texto! É sempre bom conhecer um pouco mais daqueles que (achamos que) conhecemos! E é louco ver como você é, além de amante da escrita, uma mente sempre a criar (até letras de música??).
    Lembro de você falando sobre sua relação com a história de uma personagem infantil (seria baratinha?? Não sei, não me lembro), onde você decorou um LP inteiro para encenar as falas numa peça. É isso, né?

    Sobre escrever, nós jornalistas, em geral, nutrimos esta paixão pelas palavras. Nossas, dos outros, sobre o céu, os sonhos, o acidente da rua e um mundo mais!

    Eu também comecei a ler cedíssimo, copiando palavras de comerciais da televisão. Lembro-me perfeitamente copiando palavras como 'fofo' (sabão), 'Lisa' (óleo) etc. Direto da tela. Dizem que isso me trouxe problemas, pois cedo eu também precisei utilizar óculos para ler. Diziam que era por causa da constante proximidade que mantinha da TV, para copiar as palavras que via (acho que o problema é mais hereditário).
    Quando entrei na escola, que nem você, sabia ler e escrever e, ao acabar o primeiro ano, me pularam direto para o terceiro. Na época foi estranho, mas fez parte. Mas isso teve consequência: sou péssimo em matemática, por não ter tido a base, na segunda série, acredito.

    Sobe o blog. Acho super válida esta ferramenta. Para mim serve como descarrego. Você escreve o que é teu. Se alguém quiser ler, ótimo. Se não, está lá, para você mesmo ou para outro adiante que venha. No meu caso, tenho mania de anotar tudo que vejo, ideias. Tenho muitos papeis pequenos nos bolsos, com ideias de textos, frases que me impressionam na hora que vejo, etc. Parece loucura. Quando não tem papel, escrevo no rascunho do celular. Às vezes neles me baseio, às vezes descarto.
    E gosto de ler os dos outros também. E comentar. Sempre que sinto a necessidade! A gente amplia nossas possibilidades, aprende mais.
    Esta dúvida sobre escrever ou não no blog é normal. Às vezes se protela, mas uma hora você acaba inserindo um pouco mais de você naquela folha imensa e infinita, branca, da tela e envia, publica.
    Coloco aqui, algo que eu registrei na minha primeiríssima postagem, há quase quatro anos, quando criei meu blog. Antes indefinido sobre o que ele representaria e para quê veio ao mundo, porém hoje, totalmente crescido, tornou-se meu xodó, a quem recorro sempre que quero registrar algo que eu julgo importante. Aí vai:

    "Bem...essa é mais uma daquelas coisas que a gente começa e termina, ou às vezes nem termina...
    Não sei para onde nem até quando, muito menos para quem.
    Sei lá...pode ser que antes de eu terminar este primeiro post já tenha desistido e deletado tudo (não foi desta vez ehehhe)"

    Nossa! Me estendi aqui nos comentários. Praticamente uma postagem. Mas enfim, não conto os caracteres. Escrevo.

    Beijo Carmem!

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  2. Ahhhhh Carmensita, que coisa linda isso viu? Quem nasce com o dom da escrita não pode parar de escrever nunca! Quero atualização aqui toda semana, vou pegar no seu pé kkkkkkk

    Seja bem vinda ao mundo dos blogs novamente ;)

    Beijão

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